O quiosque de RA é um conceito mais simples de implementar, pois consiste apenas em associar um objecto virtual a um dado marcador, para além de ser uma aplicação interior e fixa, o que permite menos complexidade de arquitectura e com menores custos. Tal simplismo não é sinónimo de desinteresse pelo público pois a RA ainda é uma novidade; além que estas aplicações têm crescido na sua interactividade e qualidade. Esta abordagem continua a ser uma óptima opção e tem vindo até a relançar o quiosque informativo em sistemas híbridos de realidade mista. O quiosque é um dispositivo presente em museus ou locais de exibições que permite, e.g. o utilizador explorar peças de uma colecção arqueológica sem colocar em risco as peças originais. Outra abordagem passa por criar uma experiência interactiva de aprendizagem no espírito dos museus da Ciência Viva.

Neste caso é proposto um quiosque de RA (QRA) para estimular o interesse do utilizador em conhecer o património do Museu da Vila Velha em Vila Real. O QRA é um sistema de RA que se destina a aplicações de herança cultural, isto é, para ser usado num museu ou outra instituição cultural. O quiosque permite ao utilizador explorar as diversas peças da colecção em exibição, sem pôr em risco as peças originais, como também permite à instituição promover as suas colecções e património. Os utilizadores perante o quiosque e mediante um panfleto, folheto ou outro formato físico de divulgação informativa, podem vivenciar a RA que a aplicação oferece. O panfleto que o utilizador tem em posse contém um marcador fiducial que é o método de tracking escolhido e, quando identificado pela câmara, estabelece o registo dos objectos virtuais que são projectados no monitor do sistema. Assim que o registo é efectuado, o utilizador pode movimentar o marcador em qualquer posição e ângulo que a câmara seja capaz de captar e visualizar o objecto virtual associado. A estrutura física do quiosque estará presente num ponto fixo e consiste num computador com a aplicação instalada, num monitor e numa câmara, como exemplificado na Fig.1.

Fig.1 - Estrutura física do Quiosque de Realidade Aumentada.

O QRA divide-se em dois blocos principais, que interagem entre si, (vid. Fig.2), o Hardware e a Unidade de Realidade Aumentada (URA). O primeiro subdivide-se em mais dois módulos, o PC e o Spatial Display. O PC engloba os requisitos físicos necessários ao funcionamento da aplicação, como o elemento de processamento e a memória. O Spatial Display é um dispositivo de visualização que usa um sistema de visualização por vídeo, composto por um monitor e uma câmara e que simula ao utilizador a experiência de este estar a ser reflectido no monitor. O segundo bloco, ou seja a URA, é constituído por dois módulos, um dos quais indispensável à execução da aplicação que é o caso do Visualizador que recorre à biblioteca ARToolkit para efectuar o tracking e registo dos objectos virtuais. O segundo módulo é o Gestor, denominado GERA (Gestor de Exposições de Realidade Aumentada), que consiste num backoffice desenvolvido propositadamente para auxiliar na tarefa de gestão de exposições. No geral os blocos e os seus componentes interagem uns com os outros a fim de estabelecer o pleno funcionamento do QRA. De forma mais concreta e particular os módulos, Gestor e Visualizador, definem respectivamente o QRA nos seus dois modos de funcionamento: Gestão e Visualização.

Fig.2 - Arquitectura do Quiosque de Realidade Aumentada proposto.

Durante o modo de visualização as imagens captadas pela câmara são conduzidas para a URA, as quais no módulo Visualizador e com recurso à biblioteca ARToolkit, são sujeitas a análise para identificação dos marcadores e associação ao correspondente modelo 3D. Ainda neste módulo é gerada a combinação das imagens provenientes da câmara (mundo real) com os modelos 3D (objectos virtuais) que são depois projectadas no monitor. O PC é o intermediário entre o Spatial Display e a URA, estabelecendo comunicação entre estes como também a execução dos módulos da URA.

Em modo de Gestão, a aplicação recorre ao módulo de Gestor da URA, o qual tem como função gerir as várias exposições e principalmente associar a cada marcador o respectivo objecto virtual. O GERA é um backoffice do Visualizador e em certa medida não é necessário ao funcionamento da aplicação pois foi definido minimamente com o intuito de facilitar a gestão de exposições tornando-as mais eficiente, intuitiva e acessível a qualquer pessoa.